domingo, 16 de dezembro de 2012

Stonehenge




Aqui eu estou em mais uma tarde vazia, lembrando daquele dia mágico que nos conhecemos. Entramos pela mesma porta e nos ajoelhamos um do lado do outro. Não estava frio, mas eu me sentia em casa. Cansados, nos sentamos no chão, e todo aquele espetáculo que havia ao nosso redor não parecia importar. Havia tanta gente para abraçar, mas você veio.
Alguns dias depois você me disse algo sobre ser tão frio e fechado que não teria capacidade de ir até mim, mas você foi. E você se lembra disso muito bem. Mas eu não lembro a música que tocava, enquanto nos abraçávamos. Ambos fingíamos não sentir dor. Mas eu jamais esqueceria a forma como você se moveu, me abraçou tentando arrancar a minha dor. Eu nunca vou esquecer aquele abraço. Foi o começo. Uma grande ligação começou. Foi como se fôssemos feitos da luz das estrelas, como se sonhássemos coisas impossíveis.
Algumas semanas depois nós estávamos sentados na praia, e ríamos dos sorrisos falsos deles e de seus grandes carros com músicas horrendas. Você me contou histórias da sua infância, das suas viagens, dos seus jogos e do seu café preferido. E eu te contei histórias sobre músicas, comidas, meus interesses futuros, e sobre a preguiça que nos impede de cometer os outros 6 pecados. E havia algo sobre a lua e a estrela naquela noite e isso nos incomodava, mas não era ruim e não havia nada de mal nisso. Chegava a ser engraçado. E lá vinha você com as suas teorias sobre os céus, as estrelas e as galáxias. “Não somos nada comparados ao tamanho do universo”, você me disse. Eu consigo lembrar disso, e eu fiquei bem.
Às vezes eu me pergunto se eu fiz muitas perguntas, e eu realmente me importo se te atrapalho ou não. Adorei o dia que você me falou dela, parece que agora ficou mais sólido e podemos compartilhar mais. E era 01:59 da manhã, quando você simplesmente me agradeceu por tudo, de todo o seu coração, e meus olhos ficaram marejados. Talvez, você tenha visto algo errado, mas esse é o meu jeito estúpido de dizer: “Ei, estou aqui e quero sua amizade”. Porque eu nunca encontrei alguém que apenas pudesse me abraçar e levar a dor embora, como você fez naquela noite. E eu ainda procuro entender porque cargas d’água eu me sentia como um papel amassado, e vem à minha mente que talvez aquele sentimento não me pertencia.
E tudo o que aconteceu foi real, onde nós estávamos naquela noite. Eu me lembro disso. E era estranho e mágico. E você estava lá. E nós nos lembramos disso tudo muito bem. E hoje eu te digo “Você passará a vida toda cantando músicas tristes se continuar a pensar desta forma.” Você não vê a luz das estrelas? Você não sonha coisas impossíveis? “Mesmo quando tudo parecer estar indo pro caminho errado, estaremos juntos.”    

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Please, don't be in love with someone else





Eles caminhavam pelas ruas da cidade fria, parecia que a dor não os pertencia. Parecia que tudo não importava, parecia que tudo precisava ir, e só eles mereciam ficar. Naquela noite, tudo foi real, absolutamente tudo. Ele desejava que ela soubesse disso, e como desejava. Ela tinha tantos sentimentos dentro de si que simplesmente queria que ele estivesse ali, e só.
Enquanto se abraçavam o mundo, ao seu redor, os sufocava de uma maneira tão sutil, que eles mal puderam perceber, afinal, eram os dois apenas, e nada mais importava. Aquela noite ficou gravada em seus corações e pensamentos, de uma forma tão doce e cortante, que até hoje é assim.
Ele teve o melhor dia de sua vida. Ele tem plena certeza disso. Ela apenas não queria saber de mais nada, se ele estava ali, era o que importava, apesar da dor que a consumia durante este tempo, agora tudo parecia diferente. Agora ele estava lá. E ela queria ser para ele a válvula de escape, seu porto seguro, a sua fortaleza. E ele sabe que ela conseguiu, mas ela não tem tanta certeza disso. E agora é o momento em que ele toma toda a coragem que não tem dentro de si, e procura alguma forma de fazê-la acreditar que nada mais importa. Só ela.
Ele não consegue escutar o nome dela de tão suave que parece, enquanto isso, ela toma um café. Ele conseguia fazê-la lembrar todos os dias porque cargas d’água ela se apaixonou por ele. E ele tinha medo. Ela “tinha mania de fugir sempre que algo acusava que iria dar certo, não por medo... pensando bem, talvez até fosse.” Ela aprendeu que a melhor maneira de evitar um coração quebrado, é agir como se não tivesse um. E às vezes ela desejava flores, e não as desejava, enquanto ele escrevia uma canção, ou algum texto de amor, sobre os dois, acreditando que tudo fosse mudar algum dia. Havia uma pergunta persistente, que a mantinha acordada às 02:00 da manhã: “quem você ama?”. E ela ficava para lá e para cá, desejando que ele estivesse na sua porta, ela iria abrir e ele diria: “Ei, fiquei encantado em conhecê-la.” E ele queria dizer que é muito difícil não ligar para ela, que ele queria correr para os seus braços, e que toda hora que ele não liga, ele quase consegue. Ele quase consegue.
E esta sou eu rezando para que seja a primeira página, não onde a história termina. Porque meus pensamentos vão ecoar os nomes deles até eu os ver de novo. Estas são as palavras que eu queria dizer para ela, quando eu fui embora cedo demais. Eu estava encantada em conhecê-los. E eu sei que não é tão fácil quanto cantar uma música dos Beatles, ou aprender um solo novo do John Mayer. Porém, não se pode passar a eternidade se perguntando se ela sabia, ou se ele sabia. Por favor, não se apaixonem por outra pessoa. 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Aquele dia de março




Existiu o mês de março, existiu um dia de março, e com ele existiu tanto sentimento dentro de mim.
Naquele dia de março, eu escutei palavras que eu não queria escutar, essas palavras me doíam tanto, foram palavras que partiram o coração, destruíram meus planos, meus sonhos. Transformou minha alegria em tristeza, transformou o que era lindo em algo que é insuportável de se sentir. Transformou o amor em indiferença. Não há no mundo sentimento pior do que a indiferença.
Naquele dia de março, eu sentei no banco do passageiro do carro, escutei tudo o que eu não esperava escutar, senti meu coração tentar não demonstrar a dor, mas as lágrimas não conseguiram ficar escondidas. As lágrimas tentaram tocar o chão e trazer algo bom.
Naquele dia de março, eu queria sumir, para que ninguém visse a minha dor. Naquele dia de março, eu desejei encontrar a toca do coelho de Alice para me esconder. Eu tentei fingir que não havia dor. Eu tentei.
Naquele dia de março, o céu que era tão azul foi transformado em escuridão. E não havia nada que pudesse aliviar a dor, ou que pudesse entretê-la para que ela parasse de ficar dando voltas e voltas no coração.
Naquele dia de março, eu desejei que alguém ou que um anjo viesse até mim e simplesmente recolhesse o pedaço do meu coração, onde habitava a dor, e o levasse para longe, para bem longe de mim e que ela nunca mais voltasse.
Naquele dia de março, eu vi a “sua necessidade doentia de dar amor e de tirá-lo, que longas foram as noites quando meus dias giravam ao seu redor, que eu sempre estive rezando para o chão não cair outra vez, e que eu vivia no seu jogo de xadrez, mas você mudava as regras todo dia. Eu vi naquele dia de março que eu nunca tinha planejado que você pudesse mudar o seu pensamento.”
Naquele dia de março, eu vi que “talvez a culpa seja minha e de meu otimismo cego, do meu jeito de lidar com o amor. Minha mãe me acusou de ter perdido minha mente, diversas vezes, mas eu jurei que estava bem.”
Naquele dia de março, eu pude ver que “você é um expert em desculpas, e manter as linhas borradas. Seus testes não me impressionam mais. Mas de alguma forma, quando você me disse tudo naquele dia de março, eu peguei seus fósforos antes que o fogo pudesse me pegar. Então, não olhe agora, pois eu estou brilhando como fogos de artifício sobre a sua cidade vazia e triste.”
Naquele dia de março que você se foi, eu pude perceber, “você não acha que eu era muito nova para ter mexido? A garota de vestido chorou por todo o caminho de casa. Eu deveria saber. Você devia saber.”
E naquele dia de março, eu desejei que você voltasse, e eu não desejei, e eu desejei e não desejei. Naquele dia de março, você só veio para desajeitar as coisas e me deixar só para eu tentar reconstruir só um muro que eu tinha derrubado ao me entregar para você. 
Naquele dia de março, nasceu um novo eu. Um eu que sente dor, e não tem medo de mostrar ao mundo, um eu que tem sentimentos reais, que não brinca com os outros, que não faz da vida dos outros um jogo de xadrez, que tem vida, e que a sente, na dor, na alegria...
Naquele dia de março, eu fui triste e só. 

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Feelings? - Part I



Olá leitores lindos!  Eu sei que passei um bom tempo sem postar nada, mas eu simplesmente não consegui escrever sobre nada. Absolutamente nada. Não me perguntem o que aconteceu, porque nem eu mesma sei. Fiquei  vagando pra lá e para cá. Até que esta semana um leitor me falou: “Ei, posta algo novo no teu Blog!” Aí eu falei: “Não é tão simples quanto parece.” Depois me toquei do quão rude tinha sido, e pedi desculpas.
E então, conversando e conversando com alguém, eu falei que queria escrever sobre algo, mas não sabia o quê, e o fofo falou: AMOR. Então, essa é a hora que eu digo: Só que não?
Não! Não! Essa é a hora que eu digo só que sim! Eu passei os últimos 8 meses pensando que tudo o que o amor faz é queimar, quebrar e acabar, mas há semanas atrás eu tenho visto que o amor não é só isso. Sempre tem algo bom no amor, aliás, o amor é algo totalmente bom/ruim/triste/lindo, o fim dele nos aflige, e o seu crescimento nos conforta e preenche, e você sente borboletas no estômago. Quem nunca sentiu, está mentindo, porque sim, isso acontece! E quem é capaz de explicar o que são borboletas no estômago? Apenas se sente.
Entre um amor e outro sempre tem uns sentimentos inexplicáveis dentro de nós. Fica tudo muito bagunçado, sem ter como organizar, mas depois de certo tempo você vê que pode ser o amor chegando de novo. Porque há um Amor que dura, que é para sempre, que nos preenche, e está sempre ali. É aquele amor que restaura, que cura, que anima.
E entre um amor e outro, tudo estará bagunçado. Sempre haverá algo novo que se quer descobrir. O que eu sei agora é que tudo mudou. Não foi uma simples mudança. Acho que sinto borboletas no estômago, e não há nada de ruim nisso. E eu não estou com medo de ter sido ridiculamente patética neste texto. Eu sei de algo agora que eu não sabia antes. “O amor é um jogo cruel até que você sabia jogar bem e corretamente.”  “Sentimentos, nada mais que sentimentos”, já dizia Morris Albert.  

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Livros, histórias,mundos,sonhos...


Assisti a um filme este fim de semana, chamado Coração de Tinta, certamente você já deve ter ouvido falar sobre ele. Logo no início aparece uma frase: "Desde o princípio dos tempos, os contadores de histórias, encantaram plateias com suas palavras, mas existe um dom ainda mais raro, existem aqueles que lendo em voz alta podem dar vida aos personagens, tirando-os dos livros e trazendo-os para nosso mundo".
Então comecei a pensar... Quando estamos lendo um livro, nos transportamos ao lugar em que a história acontece, eu já estive em vários lugares: Califórnia, Rio Grande do Sul, Nova York, Noruega (já fui diversas vezes, sou íntima, estou de mudanças quase), França, Afeganistão, Reino Encantado, Inglaterra, País das maravilhas... Enfim, foram tantos os lugares que passaria o dia todo aqui escrevendo sobre isso. O que é mais mágico é que você é literalmente transportado para a história, não importa. Quando você não pertence a ela, você foge o mais rápido possível, quando você se encontra, fica lá, assistindo em terceira pessoa, ou até mesmo como personagem principal esperando as famosas cenas dos próximos capítulos.
Mas nós sabemos que existem livros de crônicas também, que imediatamente te levam a identificar aquele problema/situação/sentimento que já aconteceu com você em algum momento. Estes são os livros que considero como canções ao coração, afinal, se as crônicas fossem canções, elas seriam eternos hits. Sabe uma música a cara de uma crônica? “Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu...
Nos livros as histórias lutam para nos pertencer ou não, nos perguntamos o que vem depois, e o que faríamos se fôssemos nós. Tem algo mais mágico que um livro? Você conhece gente nova, lugares novos, palavras novas, costumes novos. A cada livro que lemos tudo é novo, e você vê que não viveu nada, e percebe o quanto tem para viver sem deixar capítulos em branco. É o sentido da vida. Nossa vida é um livro. Nós escrevemos frases, parágrafos, capítulos. Há vidas que são sagas. Há pessoas que são capítulos, e outras que são duas ou três páginas. Na verdade, isso não importa. Apenas, não podemos parar de escrevê-lo, sempre é tempo de iniciar um novo capítulo, um novo parágrafo, uma nova frase, e buscar um novo título.

sábado, 27 de outubro de 2012

Levei a dor para passear



Ontem, eu não acordei bem. Sei lá. Acordei meio que sentindo que tinha perdido alguém, que estava perdendo alguém, não sei explicar. Após um longo dia de trabalho, eu desabei. Li-te-ral-men-te.
É como se a dor quisesse sair, como se um peso estivesse me incomodando, como se o coração estivesse apertado, como se quisesse dizer algo e não conseguisse, como se fosse explodir, como se quisesse sumir do mundo, ou fugir, aliás, fugir seria uma boa pedida, me desligar do mundo seria a perfeição.
Então, eu peguei um carro que poderia me deixar em frente a minha casa, mas eu não queria, simplesmente não queria. Desci bem antes da minha casa. Senti que a minha dor queria passear, então eu a levei para um passeio. Enquanto a caminhada acontecia, parecia que eu me desligava. A cada passo dado um pedaço da dor ficava para trás. À medida que o caminho diminuía a dor diminuía junto. Cada percurso percorrido deixava um pouco da dor para trás.  E a rodovia ficou cheia de pedaços de dor. As minhas lágrimas encontraram resposta, e meu coração se calou. Parou de pedir socorro. Quando cheguei a minha casa, a dor não habitava mais em mim, ficou apenas sutileza de sua ida.
E agora? Depois de sua ida, o que resta é saber que parte da dor se vai ao cantar sua música favorita e a outra metade se você a levar para um passeio. Depois de feito isso, é só se deliciar, nos prestígios, morangos e brigadeiros da felicidade nossa de cada dia. 

domingo, 30 de setembro de 2012

Carta para Hebe Camargo



Hebe,

Eu tomei um tiro ontem. A notícia do seu falecimento me chocou tanto, mas tanto... Incrível... Ontem ao acordar cantei: “Pense em mim, chore por mim, liga pra mim...” e te vi cantando isso à tarde. Foi demais para mim. Foi como ter uma sobremesa na mão e não querer comê-la. O Brasil inteiro está assim! O Brasil hoje chora a falta do teu sorriso e do teu carinho.
Se eu fosse famosa e artista, queria que apenas já tivesse um sonho realizado, de me sentar no seu sofá e bater um papo bem divertido com você. E se esse dia realmente acontecesse... Ah... Se acontecesse, eu me atreveria até a receber o seu selinho, e até mesmo a gritar: “Vida longa à Rainha Hebe!” Seria mágico.
Enquanto escrevo esta crônica, eu vejo Celso Portiolli falando de você, chorando a sua partida, e nem eu mesmo, que não tive a oportunidade de ver, abraçar, sorrir e sentir a sua energia... Não consigo conter as lágrimas, não dá. É já a saudade do: “Boa Noite Brasil!” “Linda de viver!” “Gracinha!”. É a saudade das nossas segundas-feiras à noite, que você aparecia para brilhar, já no começo da semana! E era exatamente isso que você fazia, brilhava, brilhava como fogos de artifício, como estrelas, muitas estrelas! “Vida longa à Rainha Hebe!”
Você era tão doce! E você derramava doses e mais doses de amor e felicidade pelo mundo todo.É bom saber que você aproveitou a vida como ninguém. É bom saber que você será uma eterna estrela. É bom saber que Deus precisa de você junto dele agora. Acho que Deus quer tua alegria no céu. Porque eu tenho certeza de que você aqui na Terra foi sorriso de Deus para o mundo!Vida longa à Rainha Hebe!”
 A partir de hoje você passou de apresentadora para telespectadora do mundo inteiro. Agora, você poderá descansar e rogar por nós que continuamos aqui embaixo. Infelizmente, você partiu sem se despedir, mas nós sabemos que precisam de você lá em cima, e sabemos o porquê. O céu precisa de ti, para que possas nos iluminar sendo estrela! “Vida longa à Rainha Hebe!”


domingo, 12 de agosto de 2012

De inverno a verão


Eu tenho dias e dias, e acho que qualquer pessoa na face da Terra passa por dias e dias. Acontece em que há dias em que eu quero me esconder, sumir, desparecer, tipo eu desejo encontrar a capa de invisibilidade do Harry Potter, para não ser encontrada, nem vista por qualquer pessoa que seja, para que a minha dor e/ou meu cansaço não sejam derramados em outro alguém que não o merece. Porque existem pessoas que não merecem o nosso cansaço, nem o próprio cansaço.
Tem dias que eu fico ao lado de uma pessoa que eu gosto e tenho milhões de coisas para dizer-lhe, porém nenhuma palavra é pronunciada. Por alguma razão eu não consigo dizer absolutamente nada do que eu precisaria dizer para me deixar aliviada, eu vou guardando, e vou deixando lá no fundo do coração. Mas, é verdade, existem momentos que eu não consigo dizer nada do tudo o que eu tinha para dizer, me falta a respiração, a coragem, a decisão e a voz, fica algo fechando a minha garganta. Mas não me falta o coração.
Tem dias que eu quero cantar e dançar minha música favorita, quero gritar a minha felicidade, quero que transpareça em mim que estou feliz, que seja como fogos de artifício. Tem dias que eu quero ver gente, gente ampla e arejada, Tem dias que quero ver gente fechada e calma, Tem dias que quero ver gente divertida. Tem dias que a gente quer o melhor amigo do lado. Tem dia que a gente deseja um amor. Tem dias que apenas quero ver gente.
Tem dias que eu quero jogar tudo para o alto e conhecer Nárnia. Tem dias que quero festa. Tem dias que eu não quero nada. E tem dias, tem aqueles dias, que você sabe, não acontece nada com você, mas de repente você sente que está vivo, e vê que nas mínimas coisas você é imensamente feliz.
E é assim, e vai continuar sendo assim, porque não há uma fórmula para que o seu dia seja bom ou ruim, há apenas sentimentos que decidem aflorar de vez em quando. É como se os sentimentos mudassem de acordo com as estações, mas não são eles, somos nós que mudamos de acordo com as estações. Somos sempre alguém novo, de inverno a verão. A nós cabe apenas continuarmos, pois sabemos que de um jeito ou de outro, tudo traz a felicidade de volta para nós. 

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

E se...



Passei um tempo um pouco longe daqui, não que eu tenha parado de escrever, mas eu estava aqui de longe, só observando e refletindo, e vivendo, e observando e refletindo... Então, vamos ao que interessa... Mais um textinho saindo...
De tempos em tempos, eu me pego relembrando o meu passado, e aí vêm pensamentos, muitos pensamentos:
E se eu tivesse escolhido outro curso? E se tivesse feito algum jeito de ficar com ele? E se não tivesse dito tal palavra? E se tivesse me dedicado àquela disciplina? E se eu não tivesse derramado aquelas lágrimas? E se eu tivesse um irmão? E se tivesse nascido em outra família?
Bom, se nada disso tivesse acontecido, eu não seria nada do que eu sou hoje, não teria conhecimento que tenho hoje e meu coração não teria se endurecido um pouco. Então, de tempos em tempos eu me pego pensando no futuro, e penso assim:
E se eu não fizer pós-graduação? E se eu fizer outro curso? E se eu mudar de cidade? E se eu fizer a viagem dos sonhos? E se eu não encontrar a minha metade da laranja? E se eu não casar? E se eu não for mãe? E se eu morar sozinha?  E se eu mudar de cidade? E se eu mudar de país? E se eu encontrar a minha metade da laranja? E se eu casar? E se eu tiver uma família enorme? E se eu dançar minha música favorita?
E se... E se... E aí vem à tona que, são duas palavras muito assustadoras, juntas te assombram pelo resto da vida. E se... E se... Mas sempre temos que lembrar que há um momento na vida em que não importa o que fizemos, ou o que iremos fazer, mas a grande importância é que sempre é tempo de aproveitar o nascer do sol, e seguir novos caminhos e fazer novas travessias, dar um passo à frente sem dar meia volta, é tempo de seguir e seguir pra frente, não dá pra saber o que nos espera perguntando incansavelmente a si mesmo, sem saber as oportunidades que a vida te dará daqui por diante. Siga! A vida é uma estrada sem retorno, há apenas curvas, umas mais sinuosas que as outras, mas elas te levarão àquilo que menos se espera e mais se deseja. 

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Entre um pingo e outro





Hoje é um dia em que se deseja tudo, e não se deseja nada. Hoje é um dia em que se deseja brigadeiro, assistir aquele filme, se enrolar no cobertor como se nada mais importasse. Deseja-se chocolate quente, cappuccino, pão de queijo, e até foundue. Aliás, chuva e foundue... huummmmm... Mas nesses dias até se deseja ter dinheiro para pedir comida, não se quer cozinhar, só aproveitar o friozinho como ninguém. E por incrível que pareça, se deseja aquele filme preferido que você assistiu mil vezes. Hoje é um dia que a música universal deveria ser, “The lazy song”, do Bruno Mars, já posso até escutá-la: “ Today I don’t feel like doing anything...” 
É um daqueles dias em que se deseja, não ter nada pra fazer e se divertir na nostalgia da chuva. Ninguém gosta de sair na chuva, sabendo que tem que pegar ônibus. As poças nos afligem. A aflição vem já ao amanhecer, quando não vemos o Sol e sabemos que temos que sair, por obrigação com o guarda-chuva, e empacotados!
Ah, mas não digo... Onde moro basta uma chuvinha e as pessoas saem de casaco de lã, para mostrar o frio, ou será a moda? Só sei que não sei, e é assim. Desde que me entendo por gente.
Eu adoro o frio, mas não gosto de sair na chuva de ônibus, só da tamanha trabalheira que dá subir em ônibus de guarda-chuva, além de enfrentar as poças, sem galochas.
É... querido leitor, é a chuva. Mas, encontrei por aí uma frase que dizem ser de Shakespeare, mas nunca se sabe, né? Então, diz assim: “Você diz que ama a chuva, mas abre seu guarda-chuva quando chove. Você diz que ama o sol, mas você procura um ponto de sombra quando o sol brilha. Você diz que ama o vento, mas você fecha as janelas quando o vento sopra. É por isso que eu tenho medo. Você também diz que me ama.”
E você? O que você ama? Pare um pouco neste dia que traz tantos desejos e pensamentos para nós, entre um pingo e outro a chuva não molha, entre um pingo e outro reflita sobre os teus amores, talvez você dê um jeito de trazê-los com a chuva. 

quinta-feira, 17 de maio de 2012

O dono e o construtor


Era uma vez, uma casa. Uma casa, como todas as outras, tinha uma sala,  quartos, cozinha, varanda... Mas, o homem que construiu esta casa foi expulso pelo seu novo dono.
O novo dono da casa se vangloriava por tê-la, por poder dominá-la e fazer o que bem entendesse. O novo dono da casa usufruiu dela como ninguém, levava muitas pessoas para conhecê-la, oferecia seus quartos para as visitas, e se sentia bem, ao ter pessoas na sua casa. Houve dias, em que a casa estava tão cheia, que ele próprio se sentia só. Ele sentia o desejo de preencher cada espaço da casa com uma pessoa diferente, e foi preenchendo com familiares, parentes, amigos e amores. De vez em quando o construtor ia lá, mas o dono não queria conversar com ele.
Mas chegou o tempo em que essas pessoas foram desorganizando a casa. Quebraram objetos, e a deixavam suja demais, porém, o dono da casa não tinha tempo de cuidá-la, pois tinha muitas pessoas para cuidar. E assim a casa foi se destruindo, as pessoas foram indo embora, pois a casa já não tinha a sua beleza anterior. A casa ficou tão suja e destruída, que seu dono, não conseguia limpá-la. Eis que veio ao encontro do dono da casa, o homem que a tinha construído há muito tempo atrás, bateu a porta e disse:

- Deixe-me entrar, eu apenas quero te ajudar.

O dono da casa a princípio achou que aquilo seria uma babaquice, e pensou até, que talvez o construtor quisesse se apossar dela novamente. Mas, cheio de sabedoria o construtor disse:

-Não te preocupes. Eu vim para que tu descanses.

O dono da casa não entendeu a história a princípio, mas deixou que o construtor o ajudasse, afinal, não conseguiria limpar toda aquela sujeira, sozinho. O construtor lhe pediu a chave da casa e disse que poderia se ausentar por um tempo que ele mesmo cuidaria de tudo. Sendo assim, como o dono queria descanso aceitou a proposta e aproveitou para conhecer as ruas da cidade, já que durante todo este tempo, não havia parado para observar as belezas de onde vivia, pois estava sempre rodeado de gente e não tinha tempo para um passeio sequer.
Assim que o dono se foi, o construtor tirou todos os móveis acabados, e começou a varrer a casa com uma grande vassoura. O trabalho demorou muito, pois havia muita sujeira na casa. Após ter se certificado de que todo o pó havia ido embora, pegou um balde, com água e desinfetante, um rodo e um pano branco e começou a passar pano na casa para que a cerâmica voltasse a ter o seu brilho, foram 3 baldes ou mais, para que ficasse completamente limpo. Sim, o construtor é perfeccionista. Após ter feito esta segunda etapa, partiu para outra, pintar a casa, e a pintou por dentro e por fora, algumas paredes decorativas e outras mais clássicas, tudo para agradar o dono. Depois de pintadas as paredes, era a vez de decorar a casa, com móveis e objetos, e o construtor fez tudo como queria e de forma que o dono ficasse muito feliz. Os primeiros cômodos a ficar prontos foram os quartos, depois a sala, a cozinha e assim foi. Por fim, a casa estava toda limpa, e em perfeito estado. 
Quando o dono voltou se admirou do que via, achava que não merecia aquilo, então perguntou:

- Quanto custa todo este teu trabalho?

- Nada. – Respondeu com tranquilidade o construtor.

- Como nada? Se a casa está em perfeito estado? – Disse o dono da casa.

- Não custa nada. – Falou novamente o construtor.

-Então, o que eu posso fazer para agradecer? – Perguntou o dono.

- O que você achar que deve fazer. –Disse-lhe o construtor.

-Então eu quero que venhas morar comigo, pois me sinto muito só. Preciso de alguém para conversar, e para me ajudar a manter esta casa em perfeita ordem, pois sozinho eu não consigo.

O construtor aceitou a sua proposta e passou a viver na casinha que construiu e com o seu dono. De vez em quando umas pessoas vinham visitar o dono, o construtor às vezes saía para deixá-los à vontade, quando voltava, havia uma pequena bagunça, mas conseguia arrumar a casa normalmente. Conversaram tanto, o dono e o construtor, que até os seus segredos mais obscuros, o dono lhe contava, e não havia nenhum mal nisso. O construtor estava sempre lá, para escutá-lo e ajudá-lo no que fosse preciso. Quando o dono voltava de algum lugar, sempre encontrava a casa mais limpa, quando ele trazia mais alguém às vezes ficava uma sujeirinha, mas ele e o construtor, juntos, iam lá e limpavam. E até hoje é assim, de vez em quando o dono vai lá e limpa uma sujeirinha, e de vez em quando o construtor vai lá e limpa outras. 



terça-feira, 24 de abril de 2012

Palavras


Como exprimir os nossos sentimentos, sem que o outro saiba?
Eu aprendi isso com uma pessoa, ela disse que se tivéssemos algo para dizer a uma pessoa e não queremos que ela saiba, devemos escrever num papel.
E você, querido leitor, não sabe como isso pode tirar um peso enorme de cima de você. Alivia a alma, escrever sobre o que você sente. Se você toca algum instrumento, tente colocar uma melodia no que você escreveu.
Algum dia você pode ter certeza de que quer que a pessoa saiba o que você sente. Ou não. Quem sabe isso não vira o Hit do verão? Quem sabe isso um dia não virá a ter milhões de comentários no seu Blog? Quem sabe um dia você simplesmente queime esses sentimentos verbalizados em um papel?
Palavras, por mais simples que sejam; elas têm poder. Têm poder de edificar, de destruir, de aliviar, de consolar, de alegrar, de confortar, de bagunçar, de entristecer. Para o bem ou para o mal, as palavras têm poder.  E esse poder é tão forte, que quando a palavra nos atinge, sentimos que levamos um tiro forte, que atinge o peito e leva embora algo que antes era tão valioso para nós.
Então, se alguém te fez mal, te faz bem, se algo te fez mal, ou te faz bem, apenas escreva. Escreva com as suas próprias palavras, junte-se às palavras dos outros. Escreva. Porque o que você sente é o que pode fazer você crescer sempre. Você pode edificar a si mesmo, só é saber utilizar o teu sentimento para isso. Escreva. Sinta que a cada nova palavra que você coloca no papel é um pedaço da dor, ou da tua alegria que fica ali, frente a frente contigo, lutando para te pertencer ou não. 

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Coração de Café


Eu assisti a um filme algum tempo atrás, que se chama Coração de Papel. É uma espécie de documentário filmado com Charlyne Yi, que não acredita no amor, e está tentando descobrir o que seria o amor. Então, ela faz entrevistas com as pessoas, casadas, não casadas, crianças, idosos, namorados, gays, juiz, advogado, médicos... tudo isso para descobrir se esta palavra tem uma personificação.
Enquanto eu assistia ao filme, prestava atenção em cada detalhe, cada fala das pessoas que ela entrevistava, e ia me perguntando se eu também acreditava naquilo daquela forma que eles expunham. E eu percebi que eu não conseguiria definir o amor porque é a "coisa" mais destemida,  sensível e libertadora que existe no mundo. 
Eu acho que o amor é como café. A gente não pode colocar açúcar demais, nem de menos. Café é amargo, por mais açúcar que se coloque. Café é em pó, e se mistura com a água para tornar-se um líquido acessível a todos. Café é posto em algum objeto em que possa ser mantido aquecido, ou no qual possa ser consumido rapidamente. Nunca entendi café em copos descartáveis, não combinam. Você pode adicionar leite ao seu café se quiser. São coisas que adicionamos ou retiramos, conforme vai dando. Café queima a língua, nos machuca. Café é café. Amor é amor. Não sei há definições.


domingo, 15 de janeiro de 2012

Carta para Deus

 

Querido Deus,

Eu gostaria primeiramente de dizer que agradeço a Sua enorme disposição para ter criado esse mundo todo em 7 dias, e por ter nos dado a possibilidade de viver neste mundo que se tornou tão caótico e cruel. Agradeço pelo espetáculo que é a natureza, que nos diz “Bom dia”, “Boa tarde” e “Boa noite” todos os dias. Agradeço por cada dia a mais que vivemos. Agradeço por todos os dias dar o pão, tanto material quanto espiritual a nós.  Agradeço pelas palavras que nos enche de fé e esperança. Agradeço por cada momento que estás conosco ainda que nós não percebamos isso. Agradeço por nos proteger de todos os males. Agradeço por nos encher de sabedoria nas vezes em que temos decisões a tomar, e ainda que façamos a escolha errada Tu nos consolas e nos dizes que há outro caminho a percorrer. Agradeço pelas pessoas maravilhosas que colocas em nossas vidas no momento certo.
Venho também pedir desculpas por todos os seres humanos da Terra. Peço desculpas por nossas pressas, nossas preces, por nossos erros, por nosso interesse pelo dinheiro, por nossa falta de compaixão, por nossa descrença no amor, pelas guerras que causamos, pelas nossas chantagens, pelas nossas infinitas reclamações, por não saber dar sem receber, por querer sempre ser melhor que o outro, por não querer compartilhar, por culparmos os outros quando deveríamos culpar a nós mesmos, por somente pedir coisas a Ti e nunca agradecer, por ficarmos perdidos nas margens de nós mesmos, sem Te buscar.
Mas, agora, Deus, eu gostaria de saber: como está sendo o mundo para você? E será que o Senhor poderia me responder se há uma forma de nós nos mostrarmos aos outros como nos mostramos a Ti? Como seres humanos, frágeis, felizes, ou tristes às vezes, temos vontade de gritar, temos vontade de pular... Somos tão distintos e iguais ao mesmo tempo... Somos muitos dentro de nós mesmos, não?! Vamos todos algum dia saber sentir verdadeiramente o amor?!
                Deus, obrigado por me ouvir. 

                                                                     Isabela. 

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Carta para Julieta

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Julieta,       

Você conseguiu um amor que pelo qual você deixou os seus entes queridos, um amor pelo qual podia cruzar os oceanos. Eu preciso de um conselho seu.  
Eu pergunto a você quando é que eu vou saber se é a pessoa certa? Será o seu cheiro, seus olhos, seu sorriso, seu jeito de falar? Será o beijo dele? Será o seu toque? Será o conjunto de tudo isso? Meus olhos vão brilhar? Eu poderia sentir que ele brilha como fogos de artifício? Eu poderia sentir que o toque de suas mãos faz o sangue fervilhar?  Eu poderia sentir que ele irá me cortejar todos os dias de minha vida? Será que eu vou sentir que ele é quem ele é realmente quando está comigo? Será que ele se mostrará verdadeiramente para mim?
Eu já tive relacionamentos antes, acontece que as pessoas mostram quem elas realmente são depois de algum tempo, e eu percebi que por mais que eu gostasse da pessoa, eu mudava. As pessoas mudam como estações do ano, não é? Mas eu sinto falta. Eu sinto falta de encontrar uma pessoa que me faça ser eu mesma, sem pressão, e que não se sinta pressionado ao se mostrar verdadeiramente para mim.
Dizem-me que eu devo esperar e não ter pressa, que esse dia vai chegar. Mas, às vezes se tornam longos os dias em que me pego pensando sobre isso, sobre esse dia. Eu sei que quando esse dia chegar a única coisa que eu terei certeza é que tudo o que eu mais preciso está do outro lado da porta.   
Mas, Querida Julieta, e se isso nunca acontecer? E se tudo for uma questão de saber escolher? E se eu fizer a escolha errada?
Eu já me antecipo prevendo que a sua resposta seja: “ ‘E’ e ‘Se’ são duas palavras inofensivas como qualquer outra, mas se você colocá-las lado a lado elas tem o poder de assombrar pelo resto da vida.” “E se...” “E se...”
Mas, caso aconteça algo errado, será tarde demais para o amor verdadeiro?

Aguardo ansiosamente a sua resposta. 

With Love,

Isabela.