quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Quero ser Amelie Wood

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Eu caminhava pelo shopping, como mais um dia comum, até que entrei na livraria (como sempre faço). Assim que entro, me vejo paralisada, mortificada, boquiaberta, a ponto de ter um mini enfarte. Estava na prateleira dos lançamentos, um livro com uma capa maravilhosa, uma bailarina. Todo mundo sabe que minha grande paixão é o balé. Eu vi aquela capa, tomei o livro em minhas mãos, e o abracei como uma criança abraça sua boneca favorita. Não me importei com o que as pessoas achariam de mim, eu só queria estar ali, com o meu mais novo melhor amigo. Não me aguentei, tinha que levá-lo para casa. Dirigi-me ao caixa, mas a fila estava enorme e, cada segundo parecia se arrastar mais do que atendimento com gerente de banco em primeira semana do mês. Depois de muita espera, comprei o tão sonhado livro, dispensei sacola, já sai da loja lendo.


Cada capítulo fazia meu coração palpitar, e uma sementinha dentro de mim ia se desenvolvendo. O que é mais mágico é que você é literalmente transportado para a história, não importa. Quando você não pertence a ela, você foge o mais rápido possível, quando você se encontra, fica lá, assistindo em terceira pessoa, ou até mesmo como personagem principal esperando as famosas cenas dos próximos capítulos.

Amelie Wood. Esse era nome que se tornou minha amiga de infância durante este tempo de leitura, digo até hoje não há um dia sequer em que eu não sonhe com de seus passos no decorrer de sua história. Não há pra onde correr, se ela queria ser “Beth Levitt” por ter lido Doce acaso. Eu quero se Amelie Wood por ter lido “Quero ser Beth Levitt.” Quero fazer teste de audição, quero conhecer Chris Martin, quero receber mousse de maracujá com bilhetinho do crush, quero participar de gravações de um filme, como papel secundário, posteriormente como papel principal, porque a atriz principal era uma nojenta. Quero dançar no Clube Submerso, quero beijos do crush, quero casar com o crush, quero fazer peças teatrais. E o mais importante de tudo, eu quero dançar. Quero as piruetas, os fouettes, os pliés, os arabesques, a sapatilha de ponta, os tutus, o palco, o coração, a alma. Quero sentir que me livro da dor, que a cada passo deixo um pouco da dor e ela se transforma em poesia. Quero apenas, ser. Dançar é ser! E se todos nós somos uma página em branco todos os dias? Eu não quero ser só uma página, quero ser muitas, pois sempre que tentarem me rabiscar, eu quero me reinventar e ser um novo capítulo, um novo conto, uma nova estrofe. Não me importa.

543. O número de páginas que me fez sentir coisas que jamais sentira antes. O número de páginas que, por diversas vezes, fez lágrimas caírem de tanta emoção. E, eu nunca havia chorado com livros. O número de páginas de uma história que não precisou lutar para me pertencer. O número de páginas que jamais deixarão de existir dentro de mim. O número de páginas que sempre me fará dizer que eu “Quero ser Beth Levitt” da escritora Samanta Holtz.