quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Eles vão morar numa linda bolha azul



Ela sempre desejara que todos ao seu redor jamais a deixassem, mas sempre, sempre, sempre tinha alguém que a fazia dizer “adeus”.  E isso muitas vezes a deixava triste ou com raiva, mas vez por outra a vida mostrava que não precisa ser assim. Que apesar de poucas, ainda existem pessoas que querem permanecer.  

Um dia ela encontrou um amigo. Mas ele vivia numa bolha azul, longe daqui. E eles se falavam através de uma tela quente. E essa amizade foi ficando cada vez mais colorida, e vários sentimentos começaram a despertar dentro deles. Ele a enchia de mimos, como ela sempre quis, e ela buscava fazer o mesmo com ele, pois não queria dizer “adeus”, simplesmente não queria.

Com o passar do tempo tudo foi aparecendo. Os defeitos, as manias, os erros. E de ver tanta coisa, ela decidiu não querer mais, e fugiu apesar de saber que pode dar certo, fugiu daquilo que lhe parecia tão irreal e verdadeiro ao mesmo tempo.  Mas ele voltou para tê-la novamente. Porque amá-la é como ver as flores no seu jardim, amá-la é como se pudesse sair da sua pátria e poder tocá-la, amá-la é como falar com Deus através da sua oração favorita. E ela aceitou. E tanto é que aceitou que ela foi até a sua bolha azul, bem inesperadamente, e por lá permaneceu durante uma intensa semana.

E de repente tudo o que parecia irreal passou a pertencer a ela. Suas mãos, seus beijos, sua família, seu país, sua cidade, a sua bolha azul. E isso a fez viver e acreditar de novo, que ainda que não saibamos o quanto vai durar, não há como não deixar o irreal passar a ser verdadeiro, porque é nestas horas que aparecem aqueles sentimentos incríveis e a magia dos filmes que não se encontra apenas na ficção. Infelizmente, ela teve que voltar. Mas eles ainda vão se encontrar de novo. E eu acredito que até hoje, ela está em casa se sentindo na bolha azul, e ele deve estar em algum café sentido que ela está ali ao seu lado, na sua imensa bolha azul. E não importa onde eles vão viver juntos pode ser até em Amsterdã, mas a linda bolha azul, em que eles se encontram, flutuará pelo espaço. 

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Eu não sou uma princesa, e isto não é um conto de fadas



Quando eu era criança, eu costumava ler contos de fadas e isso me fez adquirir uma imaginação fértil e um coração puro. Mas, quando você cresce e descobre que a sua imagem de conto de fadas não tem nada a ver com a realidade, isso deixa de alimentar o seu pequeno mundo. Eu era bem isolada na escola, do tipo que lanchava sozinha e sentava no balanço. Fugia de tudo e de todos, porque eu sabia que ia perdê-los um dia.  Eu conheci um pouco do que é amizade do 8º ano em diante. Eu realmente não tinha nenhum outro lugar para me voltar, exceto para dentro. Acho que foi por isso que aos 5 anos de idade eu compus uma música (letra e melodia), minha mãe a tinha gravado, mas ela deve ter escapulido e ido pairar na mente de outra criança como eu, talvez não, talvez ela tenha escapulido e só. Tudo o que eu tinha eram meus diários, minhas ideias, minhas caixinhas de sonhos e meu amigo imaginário que deixava meus dias tristes, parecerem que eu tinha um monte de gente feliz ao meu redor. Até hoje é assim (não que eu tenha um amigo imaginário, por favor), eu sempre me volto pra dentro, e lanço minhas ideias em algum lugar, e guardo tudo, e quando eu fico transbordando tudo e todos, eu faço um dilúvio e no dia seguinte resta uma simples calmaria. Pode ser de quebrar o coração, não? Temos que acreditar em algo, como em um ideal, por exemplo, mesmo quando descobrimos em relacionamentos ruins que é uma coisa difícil de encontrar. Deveríamos acreditar em contos de fadas para não nos fecharmos para o amor e confiar naqueles sentimentos incríveis que aparecem no início. É só saber como adoçar seu café expresso, um pouco de fé no amor ideal é o mesmo que uma ou duas colherinhas de açúcar, ou algumas gotas de adoçante, não para desiludir, mas para dar sabor ao ritmo que segue o amor.