quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Quando a ansiedade bater à sua porta


Era uma quinta-feira. Um dia qualquer de janeiro, mês de suas férias. Não teve um boa noite de sono. Chorou no dia anterior por diversos medos e angústias que nem estavam tão claros assim em sua mente.
Resolveu, então, tomar seu café da manhã na cama, e continuou a ler o livro que havia começado alguns dias atrás. Se prendeu apenas a ele. Sua ansiedade não passava e não conseguia se concentrar em absolutamente nada. Olhava o celular de vez em quando para ver se quem tanto queria que falasse, teria falado. Suas mãos suadas, a angústia que não passava e os pensamentos acelerados. Seguiu. À medida que lia, entrava naquele universo paralelo. Ela observava toda a história que se desenrolava bem à sua frente. Fez uma pausa para comer,e logo retornou à leitura. Tão logo a história encerrou, decidiu fazer algo para ajudar a passar o que estava sentindo.
Resolveu tomar um banho demorado, mas dessa vez sem a sua playlist favorita. Em seguida, pensou em tirar as suas cutículas, mas não teve vontade de pintar as unhas. Então, ligou o computador e decidiu escrever sobre o livro que acabara de ler. Antes, encheu seu copo favorito com água, olhou o celular novamente. As mãos suadas em contato com o teclado do computador lhe deram a certeza de que a ansiedade não estava pra brincadeira. Despejou na folha em branco tudo o que sentia. Não importava se tinha a ver com o livro que acabara de ler ou não. Só queria que tudo o que fosse escrito, ficasse ali. Escorresse por entre os dedos frenéticos que digitavam sem parar. Sem sucesso. Por mais que digitasse o que sentia, aquilo permanecia ali. Era um aperto no peito, seu coração do tamanho de uma ervilha, as mãos suadas sem parar e os pensamentos vinham de todas as formas para amedrontá-la. Por mais que tentasse não conseguia não pensar em tudo. Era tão difícil. Continuou tentando. Sabia que estava decidida.
Ano passado a ansiedade lhe venceu por diversas vezes, mas este ano ela estava pronta pra luta. Pode até ser que venha a perder algumas vezes, mas nenhuma batalha está totalmente ganha até que se declare o final.

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