domingo, 3 de setembro de 2017

Plataforma 9 ¾


Essa sexta-feira foi 1 de setembro. O dia em que o filho de Harry Potter caminhava em direção à plataforma 9 ¾  na estação King’s Cross 19 anos depois. No mundo inteiro tinham pessoas relembrando esse fato do livro Harry Potter e as relíquias da morte. Claro, sempre tem aqueles que dizem: “ah, Harry Potter acabou faz tempo”. Se você diz isso, então me explica aquela multidão que apareceu na estação e contou os segundos até as 11h para o trem embarcar?
“Harry Potter e a Pedra Filosofal” foi o primeiro livro que mamãe me deu comprado em livraria. Eu tinha 11 anos. Li em menos de uma semana, no recreio da escola, em casa, no ônibus, etc. Não me importava com o que as pessoas achariam de mim, se eu me isolava para ler, eu só queria estar ali, com o meu mais novo melhor amigo. Cada novo livro que lia, cada novo filme que lançava, depositava uma magia sem fim.  O que é mais mágico é que você é literalmente transportado para a história, não importa. Quando você não pertence a ela, você foge o mais rápido possível, quando você se encontra, fica lá, assistindo em terceira pessoa, ou até mesmo como personagem principal esperando as famosas cenas dos próximos capítulos. E é isso que Hogwarts significa à maioria de seus fãs: um lar. Até mesmo a própria J.K. Rowling falou em um de seus discursos: "Se você volta pela página ou pela tela grande, Hogwarts estará sempre lá para recebê-lo em casa".
Harry, Rony e Hermione. Esses são os nomes que nos acompanharam durante anos, digo até hoje não há um dia sequer em que não lembremos do decorrer de sua história. Queremos ir na Rua dos Alfeneiros, n° 4, queremos dizer “é vingardium leviosa, não leviosaaa”, queremos enfrentar trasgos, assistir quadribol, estudar com Hermione, ir à Hogsmeade, comprar varinha no Olivaras, subir na vassoura, aparatar, participar do Baile do torneio Tribruxo. E o mais importante de tudo, eu quero a magia. Quero as vassouras, quero aparatar, quero o meu patrono, quero a poção polissuco, quero as listrinhas da Grifinória ou Corvinal, a alma. Quero sentir que me livro da dor, que a cada passo deixo um pouco da dor e ela se transforma em poesia. Quero apenas, ser. E se todos nós somos uma página em branco todos os dias? Eu não quero ser só uma página, quero ser muitas, pois sempre que tentarem me rabiscar, eu quero me reinventar e ser um novo capítulo, um novo conto, uma nova estrofe. Não me importa.

263. O número de páginas que me fez sentir a emoção de pertencer a uma história pela primeira vez. O número de páginas de uma história que não precisou lutar para me pertencer. O número de páginas que jamais deixarão de existir dentro de cada um de seus fãs. O número de páginas que sempre me fará dizer que eu estou com o bilhete para o dia 1 de setembro e irei embarcar na plataforma 9 ¾ às 11h. 

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