sábado, 10 de agosto de 2019

A arte de não se esforçar

Eu sou uma pessoa muito descrente dos meus talentos. Eu toco 5 instrumentos e não treino nenhum deles. Eu escrevo umas coisas doidas e até legais e mal coloco isso pro mundo ver. Gosto de cantar e mal treino minhas músicas favoritas. Gosto de dançar e não posto vídeo dançando as coreografias que faço na minha casa. Tenho um canal no youtube com apenas 200 inscritos e pra mim isso é um fracasso. Logo, não me esforço.
Tenho pensado nisso hoje e realmente não sei dizer porque não me esforço nessas coisas. Na verdade, eu sempre acho que eu jamais serei boa o suficiente como as outras pessoas são. Não acho que serei boa tocando esses instrumentos todos, não acho que sou afinada o suficiente para cantar, não acho que tenho movimentos legais nas coreografias que crio em casa e sempre acho meus textos tão pessoais que não atingem e nem tocam ninguém a menos de 20 metros.
Acredito que ter ansiedade também me faz pensar assim. Que não sou boa o suficiente para exercer todas essas funções ou me comparar a todos que tocam instrumentos, a todos os que cantam, os que dançam, os que tem canal no youtube. Então, me sinto mal. Por não ser assim como eles são. Sinto falta das aulas de canto e teclado, sinto falta de dançar mais em casa, sinto falta de muitas coisas. Sei que tudo isso depende de mim. Mas, fico tão ansiosa em saber que isso depende de mim que acabo não fazendo. Eu preciso assumir que preciso me esforçar e me esforçar de fato.
O fato é, esforçar-se demanda tempo, dedicação, amor e principalmente amor próprio. Acredito que se não temos amor próprio, como vamos nos dedicar a algo que gostamos e que nos faz bem? Ou será que se dedicando a isso chegaremos a alcançar o amor próprio?